[Resenha] #Livro 01/2018 – Garota, Interrompida by Susanna Kaysen

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Título: Garota, Interrompida

Autora: Susanna Kaysen

Editora: Única

Páginas: 189

NÃO SABER O QUE QUER SER NÃO É UMA OPÇÃO.

Quando a realidade torna-se brutal demais para uma garota de 18 anos, ela é hospitalizada. O ano é 1967 e a realidade é brutal para muitas pessoas. Mesmo assim poucas são consideradas loucas e trancadas por se recusarem a seguir padrões e encarar a realidade. Susanna Kaysen era uma delas. Sua lucidez e percepção do mundo à sua volta era algo que seus pais, amigos e professores não entendiam. E sua vida transformou-se ao colocar os pés pela primeira vez no hospital psiquiátrico McLean, onde, nos dois anos seguintes, Susanna precisou encontrar um novo foco, uma nova interpretação de mundo, um contato com ela mesma. Corpo e mente, em processo de busca, trancada com outras garotas de sua idade. Garotas marcadas pela sociedade, excluídas, consideradas insanas, doentes e descartadas logo no início da vida adulta. Polly, Georgina, Daisy e Lisa. Estão todas ali. O que é a sanidade? Garotas interrompidas.

Um relato pessoal, intenso e brutal que nos faz refletir sobre nosso papel na sociedade. Garota, interrompida é uma leitura obrigatória, que inspirou o filme homônimo sucesso de bilheteria que concedeu a Angelina Jolie seu papel mais importante e o Oscar de melhor atriz coadjuvante. (retirado do skoob).

Olá, kika here again!

Hoje venho – finalmente – trazer a primeira resenha do ano. Ok, já postei resenhas esse ano no blog, mas todas correspondiam aos livros que li no ano passado. Assim sendo, trago aqui a primeira resenha do primeiro livro lido no ano de 2018.

“Garota, Interrompida” é um livro baseado em fatos reais que ocorreram na vida de sua autora Susanna Kaysen. O livro se passa em 1967, onde a realidade da mulher era muito diferente dos dias autais. Não somente isso, como os conceitos da medicina, principalmente às doenças mentais também. Se considerarmos que ainda nos dias de hoje a depressão, a bipolaridade, o transtorno obcessivo compulsivo e outros, ainda são vistos como tabus, podemos somente imaginar como o eram naquela época.

Assim, inciamos a leitura em um dia qualquer em que Susanna narra sua ida ao médico por estar sentindo insônia e dores de cabeça, bem como indisposição, que a levaram a não querer ir trabalhar. Durante a consulta, Susanna fica sem saber ao certo o que de fato o médico pretende, quando de repente, se vê com um pedido de internação em uma clínica psiquiátrica, para tratar de seus transtornos mentais.

O médico que a diagnosticou apenas a informou que esta precisava ‘descansar’ e que ele a mandaria para um lugar em que poderia fazê-lo por duas semanas, mas ao chegar ao local, descobriu se tratar de um período de três anos de internação.

Assim, passamos a acompanhar a rotina de Susanna dentro do hospital, onde passa a conviver com diversas garotas que assim como ela são … interrompidas. Lisa, Daisy, Georgina, Torrey, dentre tantas outras. Cada uma tem um motivo diferente para estar ali. Cada uma, aparentemente, possui seu próprio tipo de loucura. Mas peraí, o que é então a loucura?

Os motivos que levaram à internação de Susanna permanecem obscuros ao leitorno começo do livro, que apenas possui como informaçao aquilo que ela narra da consulta com o médico. Mas com o tempo, através da narrativa desta sobre os acontecimentos do hospital, passamos a compartilhar de seus ideais e de sua visão do mundo, quando nos deparamos com seus questionamentos em que passava a ver coisas que os outros não viam, se perdendo em seu próprio mundo e assim, Susanna passa a concluir que é de fato louca. Ou não seria?

Quando recebeu alta do hospital, dois anos depois de sua conturbada internação, Susanna se questiona inclusive, se há mesmo uma cura para a loucura.

Susanna então passa a explicar em sua narrativa sobre sua loucura, explicando sobre como sua mente trabalhava e suas peculiaridades. E, após muitos anos convivendo no escuro sobre essa fase de sua vida, Susanna então, teve acesso ao seu prontuário médico, onde se deparou com as descrições e relatórios médicos da época. E assim, nos leva a ver que sua loucura, apesar de ‘assumida’ à época, por ela mesma, era de fato questionável, bem como aponta às falhas de diagnósticos em seu prontuário. Fica clara ainda, a crítica aberta à forma como ela, e tantas outras, garotas interrompidas, foram tratadas na época – os anos sessenta – que se utilizada de escopos nada tradicionais ou até mesmo éticos, para internar meninas com, que deduzimos pelas palavras de Susanna, um grau de ‘loucura leve’.

Confesso que não sou muito fã de biografias, mas esse livro talvez possa ser considerado muitas coisas antes de ser chamado de uma biografia. Tendo apenas as palavras da autora, nos vemos presos a acreditar que tudo que ela narra de fato aconteceu, mas eu não consegui tirar ‘a pulga atrás da minha orelha’ de que houve muita ficção anexada à narrativa. Ou então, pelo menos um tanto de ‘tempero’ foi dado aos fatos.

O livro possui certos momentos suuuper arrastados, mas de maneira geral, é uma leitura bem interessante, que toca em assuntos que são tabus inclusive nos dias de hoje, passando pelo preconceito e pela tentativa de supressão da mente de garotas, consideradas interrompidas, pela sociedade da época. Mostra ainda a forma como a autora, após seus anos perdidos dentro daquele lugar, tenta trazer ‘razão’ à sua vida fora do hospital, em que mostra a existência de sua sanidade em meio a sua loucura. E não podemos deixar de dizer que o livro é divertido, principalmente nos causos das meninas dentro do hospital. Entretanto, se você busca aspectos técnicos sobre doenças psiquiátricas, e etc, não é bem esse o seu livro.

– Nas Telonas –

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O livro ganhou uma adaptação às telonas em 1999, dirigido por James Mangold. Winona Ryder interpreta Susanna Kaysen, tendo como grande destaque Angelina Jolie como Lisa Rowe,que lhe rendeu o Oscar de melhor atriz coadjuvante.

P.S.: Eu já estava lendo outros livros ano passado, mas esse acabou sendo o primeiro livro cuja leitura concluí em 2018. Ganhei ele da minha prima, naquela viagem de fim de ano que comentei por aqui, e vim lendo ele na viagem de volta =)!~

 

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